Eu Acredito...No autoconhecimento - espelho d’água

 

Estou em um momento de retiro e solidão por minha escolha, tendo como companhia somente as águas, que tem o poder de  acalmar me devolvendo a paz. Hoje porém, o que dela preciso é extrair sua força curativa para retornar-me a razão.

Por isso aqui estou eu, debruçada sobre as águas, na difícil tarefa de  enxergar a mim mesma. Coisa que devo fazer simplesmente só , eu  como minha melhor terapeuta, pois somente eu sou capaz de identificar  minhas ilusões. Não se trata de vaidade, é que eu mesma fui  a fonte criadora da máscara que me ocultou.

 

 

Irei mergulhar em águas  passadas e  mover “meu moinho”, pois quem disse que águas passadas não movem  moinho? As minhas águas  passadas moverão o meu moinho que é o governante da minha correnteza; as águas turvas do meu poço serão reviradas até serem decantadas. É certo que só

assim, eu poderei identificar e separar todas as emoções e  sentimentos

que realmente são meus, reciclar os resíduos, para finalmente poder banhar

em água pura e Cristalina lá nas profundezas da minha alma. Não posso mais me espelhar procurando nos outros o que se encontra dentro de mim.

O que quero  é entender a linguagem da minh’alma, interpretar suas

mensagens e sinais enviados, aqueles que me permitem controlar

minha vida como um guia seguro para o meu coração. Me curvo a necessidade de conhecer melhor minhas sensações, me proteger, me guiar.

 O que procuro é ter a visão do meu reflexo sem distorções; ver-me em profundidade,  enxergar minha sombra, trazer à tona meus muitos males escondidos.

Preciso ter minha identidade emergindo das águas da minha inconsciência para a consciência; reconhecer meus sentimentos, observá-los e estudá-los e isto inclui aquilo que mais temo... a minha sombra!

Decidi que devo confrontar  com  minha sombra perante as águas e trazer de volta todos os sentimentos, que ao tentar banir (para não vê-los dentro de mim) se tornaram desconhecidos

Sei que é necessário me distanciar, e imparcial, me ver como uma peça teatral a desenrolar. Abrir as cortinas do meu palco e assistir, com atenção, cena por cena para ter a perfeita visão de como se encontram minhas emoções. Ser ora mera expectadora tentando entender toda a essência do meu eu, ora a Crítica que fará julgar os pontos falhos, os momentos que insisti em plagiar outras vidas e outros modelos, para que eu possa bravamente reavaliar.

Afastar-me dos aplausos, que só acendem a fogueira brilhante da vaidade fazendo cegar; acender as luzes para obter claridade, desmascarando a sombra. Esta sombra que me faz ocultar e reprimir o que não suporto em mim, que me distancia da minha própria personalidade e verdade; que usa de seus mecanismos e me distrai da realidade e do meu foco principal – eu!

O que preciso é não esconder de mim mesma este meu lado turvo (todos o temos), tenho que reconhecê-lo e aceitá-lo para que eu possa trabalhar com emoções opostas.

Aqui estou eu determinada a me resgatar, a ser eu mesma e não um reflexo pálido do que vem a ser a nudez da minha alma.

Determinada a ter a força capaz de me devolver a lucidez, filtrar meus pensamentos, decifrar meus sonhos,conhecer por mim mesma a essência Divina que existe no fundo do meu ser.

Esta luta para mudar minha conduta interior  traz sofrimentos, mas não será em vão, pois tenho a certeza de ver o mundo se modificar conseqüentemente à minha volta!

Rosângela Ribeiro

 

 

 

 

“A voz interior me diz que siga combatendo contra o mundo inteiro, ainda que me encontre só.”
(Mahatma Gandhi)

 

A verdade é totalmente interior.
Não há que a procurar fora de nós nem querer realizá-la lutando com violência com inimigos exteriores.

(Mahatma Gandhi)

 

A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada.”"
(Bob Marley)